segunda-feira, 12 de outubro de 2009

brasileiro bate quatro milhões de acessos no YouTube


Aprendizado à distância não é mais novidade. A cada dia, esta maneira de estudo está mais difundida. Se a matéria é teórica, a apresentação visual facilita a compreensão, mas se ela é absolutamente prática, o vídeo é, sem dúvida, essencial. Não é à toa que vídeoaulas que ensinam a tocar violão são um verdadeiro sucesso na rede. “O objetivo é ensinar como se o aluno estivesse na minha frente, no ritmo certo, respeitando o tempo de assimilação”, diz ao G1 o músico Heitor Castro, formado com honra no GIT (Guitar Institute of Technology), Hollywood, que já postou mais de 150 vídeos com quatro milhões de acessos. A idéia dele, um dos pioneiros no Brasil, surgiu em 2005 quando a Mais que Música, rede de escolas que ele dirige, foi a primeira a implantar um sistema de "lembretes" digitais em vídeo com um resumo de 30 segundos sobre objetivos da aula. “Os alunos adoraram e aí percebi a demanda. Acabei criando o material virtual que superou a rede de escolas”, revela Heitor, que desde o início divulga o método no YouTube.

Reggae
O primeiro deles e o mais acessado é o Batida Reggae, com quase 600 mil visualizações. Se levarmos em conta que é um material didático, é um número surpreendente. "Mesmo sendo uma mostra ainda embrionária, ele aprende a batida", garante o músico que já produziu mais de 20 DVDs com conteúdo didático. Antes do brasileiro, nomes internacionais já ensaiavam esse modelo que parece ter virado uma tendência global como Joe Satriani e o próprio Larry Carlton, que entrou no estúdio para gravar aulas ao alcance do mundo. No vídeo de apresentação, Larry ressalta a satisfação com o projeto. “Estou realmente feliz porque posso ensinar e expor as minhas músicas favoritas. Você pode ouvir e ver e depois tocar no seu tempo”, incentiva. Veterano nesta modalidade, o norte-americano Jon Broderick acredita que foi o primeiro a lançar um formato de escola multimídia com lições de guitarra. “Eu comecei com 32 lições sobre rock dos anos 70. Era um sistema bem detalhado “step by step” para gente que sabia tocar, mas não conseguia solar. Milhares de pessoas usaram o método”, conta ele em entrevista ao G1. A escola de música virtual nasceu há 10 anos quando Jon procurava, em vão, informações e exercícios sobre guitarra. Percebendo a escassez, deu o primeiro passo postando vídeos na rede. Hoje, ele trabalha com 45 instrutores de países como Suíça, Reino Unido e Canadá. No programa da Guitartricks, o estudante paga uma mensalidade e tem direito a usar as três mil lições elaboradas pelas dezenas de professores. “Um dos favoritos do público é o Christopher, que ensina o início do programa. Ele tem uma empatia muito grande”, destaca Jon, que não dá mais aulas. Ele apenas administra o negócio, mas ainda dá dicas. “Recomendo que o iniciante adquira o hábito aos poucos. Trinta minutos de treino por dia é um bom começo.” Essa alternativa proporcionada pela rede é, segundo Heitor, a forma mais direta de aprender vertentes da música com “experts” do assunto. “Se eu quero tocar salsa, não preciso aprender com um cara que aprendeu com outro em Cuba. Eu aprendo direto com um cubano. Pode parecer um detalhe, mas essa pureza diz muito no meio musical”, explica. Três anos após o primeiro vídeo na rede, ele se surpreende com a proporção do trabalho. “Todos os dias recebo dezenas de e-mails falando que o método mudou a expectativa de quem havia desistido de aprender.” Um dos alunos dele, o analista de sistemas Herio de Oliveira, ficou orgulhoso quando conseguiu acompanhar Alanis Morissette em “Offer”. “Nossa, por que ninguém me ensinou assim antes? Eu esperei muito por esse momento e, depois de muitas tentativas, consegui tocar violão. É fantástico”, comemora, graças a uma forma mais democrática que deixa o ensino especializado ao alcance dos internautas

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